O antigo terror e novo Senhor
Pelas ruas da cidade vazia, seguíamos
Apenas durante o dia
E as formas se expandiam com a vinda do crepúsculo
Nossos passos eram contados em múltiplos de buracos
Que enchiam as ruas vazias.
Lá caí novamente
Com o mesmo pé
Tropeçando sobre a mesma pedra
Diante do mesmo sol
No mesmo buraco
A pedra não se moveu desde de a ultima vez
O Sol continua acima distante
Mas minha voz está mais fraca
E os meus pés mais lentos
A música está mais baixa
E o buraco parece mais escuro
Mas é o mesmo
Os olhos, não são
Ao lado da pedra havia uma figueira
Que foi cortada e não brotou
Os fungos crescem sobre o tronco morto
Alguns ratos habitam nos buracos
Nos quais entram pouca luz
E ainda assim, a muitos seduz
Na saída do último buraco Porlifermo cantava
E Cila dançava
Terrores humanos juntados no âmago
De uma terra erma
Por pouco tempo a visão recobrou o ciclope
E Cila sairá do mar à terra
Seus cães devoravam os homens
Que marchavam em sua direção
E o ciclope cantava chamando a ninguém
E muitos vinham
Mas ninguém não aparecia
Prolifermo queria ninguém
Mas com os muitos se contentava
A esses com pressa devorava
Avistámos uma figura impávida
Em forma plácida
Nos imobilizamos por um terror Insondável
Com um símbolo reformado em uma das mãos
A espada renomada de um ancião
Outro símbolo elevado em outra mão
Um escudo com figura de Leão
A ingente figura desbotava os antigos terrores
Que desvaneciam na entrada da ravina
Cila não pode chegar ao mar
O ciclope novamente cego
Perdeu os braços
Mas num buraco ainda estão
Para os que marcham em sua direção
O novo Senhor afastou o antigo terror
Mas o novo Senhor é mais antigo que o terror
E o novo Senhor é senhor do senhor do terror
Desfeito o antigo terror entrou o temor
Desfeito o antigo terror entrou o amor
Mas não se engane
O Senhor é mais terrível
Que a soma de todo terror concebível