Segundos eternos Ou Asas

Asas de fragilíssima borboleta

Cortam o nada da morte

Rumo à lâmpada apagada.

Asas nigérrimas de fragilíssima borboleta

Bailam no vazio além da vidraça

E aquém das pupilas.

Asas celeríssimas de fragilíssima borboleta

Zombam no ar pesado

Desafiando os sábios da maçã.

Asas... de onírica e fragilíssima borboleta

Pairam por um instante

Antes do choque fatal.

Asas de evanescente e fragilíssima borboleta

Ousaram crer que podiam

Até que em inexistente martírio

Se chocam

Com a concretude real.

Asas... de pulsátil e fragilíssima borboleta,

Agora asas só,

Bailam num último instante,

Sem borboleta, sem nada

Pelo inexistente vento

Da madrugada...

Day Lima

2007-06-13

Dara Pinheiro
Enviado por Dara Pinheiro em 08/07/2020
Código do texto: T6999414
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