Segundos eternos Ou Asas
Asas de fragilíssima borboleta
Cortam o nada da morte
Rumo à lâmpada apagada.
Asas nigérrimas de fragilíssima borboleta
Bailam no vazio além da vidraça
E aquém das pupilas.
Asas celeríssimas de fragilíssima borboleta
Zombam no ar pesado
Desafiando os sábios da maçã.
Asas... de onírica e fragilíssima borboleta
Pairam por um instante
Antes do choque fatal.
Asas de evanescente e fragilíssima borboleta
Ousaram crer que podiam
Até que em inexistente martírio
Se chocam
Com a concretude real.
Asas... de pulsátil e fragilíssima borboleta,
Agora asas só,
Bailam num último instante,
Sem borboleta, sem nada
Pelo inexistente vento
Da madrugada...
Day Lima
2007-06-13