DE NASCENÇA

Nascido sutil e denso

eu viajo, imenso

em minha pequenez,

querendo ser pleno da aridez

de sertões que não vi

e da umidade dos brejos

onde voam colibris.

À noite eu tenho a lua

e sua luz que insinua

ser tudo só para deleite

que só vale cuidar do enfeite

no dia clareia o sol

não olho sua luz que me cega

aguardo um rouxinol.

A pequenez de nascença

traz em si a sabença

do todo brejo e sertão

e dos dias que ainda virão

quero a plenitude que vem

que está no sertão e no brejo

e em mim é ave neném.

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 04/06/2020
Código do texto: T6967432
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