DE NASCENÇA
Nascido sutil e denso
eu viajo, imenso
em minha pequenez,
querendo ser pleno da aridez
de sertões que não vi
e da umidade dos brejos
onde voam colibris.
À noite eu tenho a lua
e sua luz que insinua
ser tudo só para deleite
que só vale cuidar do enfeite
no dia clareia o sol
não olho sua luz que me cega
aguardo um rouxinol.
A pequenez de nascença
traz em si a sabença
do todo brejo e sertão
e dos dias que ainda virão
quero a plenitude que vem
que está no sertão e no brejo
e em mim é ave neném.