NOTURNO
Lépido quão voraz
o açoite do desespero
rompe a noite da vigília.
Débeis figuras
emborcam anseios
na solitude que o vento
empurra para ruas sem saída.
Cárcere dos aflitos
a madrugada conspurca
idílios
e lança ao algibe
risos e heresias.
Lépido quão voraz
o açoite funde-se
ao dia!
poema do livro: Beirais