Fantasma
Fantasma que correntes arrasta
Nos sótons, nos alpendres.
Em noites frias, tão escuras.
Que buscará pobre criatura?
Sons abafados, gritos apagados
Vozes sofridas, gargantas geladas
Vem de tão longe, lá do passado
São tantas frases inacabadas
Questões que já nada dizem,
Pois a noite caiu, e tudo ficou.
Dias que jamais amanhecem,
Procura calor, no que sou.
tudo em vão.
Fantasmas de mim mesmo, vão
nos teatros de óperas sem fim
Buscando um script
Uma fala qualquer que dê razão
Que suba das criptas, dos vãos
Um enredo
Com Personagens vivos
Deste segredo
Que mora em mim sem alívio
E me dá medo
De ser o que quero ser
de amar quem eu quero
De ver o que há para ver
De ser então; sincero.