ÁGUAS TURVAS

A vida surge

o desejo infrene urge

uma flor esquálida

caída no rio

para além da colina

mais uma curva

desordena a linha

das águas turvas

não resistiu

A vida

mais cruel que a morte

trava uma luta

desafiando a sorte

dissemina guerras

vírus

o diabo

sobre a terra

insone e dissoluta

Nas águas correntes

não há velório

a vida

sequer melancólica

arrogante

o vírus desenha

a bruma do deletério envoltório.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 16/03/2020
Código do texto: T6889018
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