ÁGUAS TURVAS
A vida surge
o desejo infrene urge
uma flor esquálida
caída no rio
para além da colina
mais uma curva
desordena a linha
das águas turvas
não resistiu
A vida
mais cruel que a morte
trava uma luta
desafiando a sorte
dissemina guerras
vírus
o diabo
sobre a terra
insone e dissoluta
Nas águas correntes
não há velório
a vida
sequer melancólica
arrogante
o vírus desenha
a bruma do deletério envoltório.