Kurt Cobain, my friend and my hero!

Lembro-me como hoje de quando me apareceste Kurt:

teus lindos olhos azuis penetraram nas profundezas turvas do meu ser.

Eu te abracei e te chamei de amigo,

meu grande amigo.

Por que Kurt?!

Por que me deste novos olhos

se não consigo entender o que vejo?

Por que me deste o teu coração

se não consigo entender o que sinto?

Por que tiveste que me revelar a verdade sobre o mundo

se eu era mais feliz quando nada sabia?

Oh Kurt meu amigo!

Teria sido melhor se tivesses me deixado lá no campo,

brincando pra valer com as outras crianças,

acreditando em fábulas e deuses,

sorrindo ingenuamente para as estrelas.

Eu te chamei de meu amigo Kurt,

eu te segredei o que eu sentia.

E o que me fizeste?

Sopraste tua alma dentro de mim,

E hoje não consigo me reconhecer no que faço,

não sei se sou eu ou se és tu quando me vejo no espelho.

Sempre foste fiel a ti mesmo,

sempre foste depressivo e silencioso,

Sempre serás como o fluir dos rios,

Como as pedras banhadas de chuva e de sol,

Como as árvores tristes do campo,

mas ainda assim te acho lindo,

poeticamente lindo, meu melhor amigo.

Kurt, por que me deixaste tão cedo,

se eu ainda não sabia manusear as armas que me deste?

Por que gritas dentro de meu silencioso coração todo o niilismo de teu corpo?

Por que tiveste que me acordar tão cedo,

se o resto da humanidade ainda continua dormindo?

Neste instante em que discuto comigo mesmo,

nesta hora em que a cidade descansa para o árduo dia de amanhã,

eu queria, agora, reencontrar-te e te devolver a alma que me deste:

essa tua alma frágil e forte,

Essa tua alma serena e violenta,

Essa tuas mãos cheias de amor e descrenças,

Esses teus olhos azuis e tão perdidos!

Por que me abandonaste, meu Kurt e meu herói!

Quem eu sou hoje?

Em quem me tornei?

O que fiz de meus dias, de minha vida?

Por que sou essa coisa inominável???

O que sou? Talvez eu seja o eco do vazio;

Talvez minha alma seria só o vibrar polifônico de guitarras descartadas na solidão!!!

Kurt, te amei desde o minuto em que te ouvi

porque ainda te tenho como melhor amigo,

Ainda que nunca me conheceste,

mesmo morto,

ainda tenho tua alma anárquica e poética tocando e vibrando nos palcos vazios de meu ser.

Kurt, meu irremediável amigo,

Serás sempre a fulgurante luz das estrelas

Que canta, grita, chora, reluze, rasga-se,

dança e emudece solitariamente

na imensidão do nosso inaudito e sublime cosmo,

Na imensidão infinita de nossa finitude perpétua.

P.S: Poema dedicado ao aniversário de nascimento de Kurt Cobain_ um dos maiores poetas do Rock em minha vida.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 20/02/2020
Reeditado em 21/02/2020
Código do texto: T6870708
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