Impiedoso
Poderoso, imbatível, impiedoso
Ó tempo!
A consumir as flores, as casas
Músicas, os ventos, os orvalhos
Minha existência
Desfazes os perfumes, amores, paixões
Atira-os no profundo esquecimento sentimentos meus
Eles viram líquidos, vaidades se diluem
Aniquila as prepotências
Os beijos da amada
Foram para os esgotos
Ó tempo, a me envelhecer, sem dó, sem compaixão
Ser cruel, a ti estou subjugado
Prisioneiro
À minha porta passas, insolente, indolente
E lá, no infinito dos céus, por entre nuvens, somes.