MÃOS DO OLEIRO
MÃOS DO OLEIRO
Wilton Porto
Se da minha mãe - das mãos - Continuamente tenho recebido afeto;
Das do meu pai - no trabalho - o fluir gigante,
Enquanto a vida nos legou sua presença.
Por trás dessas mãos solicítas, generosas, luzentes...
As invisíveis
Mãos Celestes,
Que nos mergulhavam na água viva do saber,
Da fé, do Amor, da compaixão...
Hoje, já não sou barro,
Nem carnaúba
Nem qualquer dessas pedras preciosas,
Que eu encontrava na areia branca,
Quando adolescente,
Dos rios de São João do Piauí.
Firme aço, sou,
Forjado pelas Mãos do Oleiro,
Que de Caná, principiou-me na arte da Palavra,
E da Galileia, a usar da rede de pescar homens.
Felicidade em ser Apóstolo!