Ode à genialidade
não deixe o seu gênio encarcerado
nas masmorras frias e desconcertantes
não se esconda na selva social degradante
que o quer sem voz pálido e anulado
não se baste como um boneco só e articulado
deixe que a sua genialidade faça estragos
e lhe traga um cariz de verdade verdadeira
ouse capitanear o seu navio em águas desgovernadas
ouça o rugir das águas que estalam no cavername
e receba os salpicos das ondas poderosas no casco
abra os braços e sorria para o grasnar das gaivotas
seja terra e porto seguro para aqueles que o procuram
deixe-os levar um pouco daquilo que o faz diferente
nos tons do seu sentimento e na pureza do olhar
nunca deixe ninguém comandar o seu barco
ele é seu e está a si destinado e acorrentado
atreva-se a desejar o que de melhor tem a vida
ofereça-se à experiência de exibir a sua arte
e não se deixe morrer nunca sem mostrar genialidade
à vida ofereça o que de melhor existe em si
tenha muita coragem grite e solte as amarras
há sempre alguém que o espera na outra margem
pronto para abraçá-lo e levá-lo para casa
não tenha medo de perder a sua outra imagem
decente e condizente com o orgulho social
a vida são dois dias e o seu gênio é imortal