As tumbas profundas dos homens rasos
Esperança há
Não em mim
Nem em ti
Não nos braços
Nem nos laços
Não na vitória
Nem na história
Não na jornada
Nem na estrada
Não no mundo
Certamente, não no mundo
Profundo mundo-
De homens tolos
Muitos lobos-
Profundamente raso
Movimento constante
Em ritmo oscilante
De lugar algum
Para lugar nenhum
Sobre o peso do próprio corpo
Desfalece, como um touro no abatedouro
Na marcha fúnebre dos vivos
Só há ruídos
Dos mais bem lembrados quando esquecidos
Tumbas profundas para homens rasos
Mumificados vivos pelos próprios braços
No coração da escuridão
Habita o senhor das moscas
Que guarda seus filhos
Em tumbas ocas
Quanto pode correr o que não sabe para onde?
O que pode encontrar aquele que se esconde?
Quanto pode esperar o que não tem esperança?
Qual será a sua herança?
Tumbas ocas
Tumbas ocas