Cinzas do Quarteto Burnt
Caminham os homens
A olhar para o vento
Sem perceber o movimento
Ser em pedaços
Destruindo e sendo destruídos
Vivendo e sendo consumidos
Pela ausência de destino
No fogo da própria vontade—
Por um caminho ressequido
Correm e não chegam
Buscam e não encontram
Porque buscam o que querem
Querendo o que não devem,
E Devendo o que não querem
Não podem pagar
Pois esse dever inclui o querer
A cada dia um pouco mais morte
Uma morte que não cessa com a morte
Uma morte que tampouco começa com a morte
No berço jaz uma vida
No berço jaz uma morte
No túmulo jaz uma morte
No túmulo jaz outra morte
Sigamos, disse o pássaro
Não precisamos terminar aqui
Tão longe do primeiro jardim
Ainda há algo para nós
Por certo tempo
Um ponto fixo que sustenta um mundo em movimento
Um eixo sobre o qual está o teixo
Uma brasa sobre a sarça
Uma estrela no alvorecer
Ecos de um tempo em que não havia tempo, mas
“No place of grace for those who avoid the face
No time to rejoice for those who walk among noise and deny the voice”1,
Lembra o pássaro
1 T.S. Eliot, Ash of Wednesday