Papéis

Um rolo comprido de papel

Que se esvai na limpeza

Até virar só um lixo fétido

E que é descarte

Na frente da mão que escreve

Surge um outro tipo de papel

Reservado para a delicadeza

Do verso que urge ser lido

E que comparte

Com outro fim um outro papel

Sim, a vida reserva papéis

Para todo aquele que se atreve

Um branco liso e sem aspereza

E que reparte

Outro carmim bruto e parido

Todos são filhos do papiro

Ancestrais da pedra já polida

Embrulho em celofane decorado

Onde é encarte

O Papel aveludado com a gema

Que prende pessoas a papéis

Em ambiente de mor destreza

Ciclo natimorto de celuloses

Papéis que viajam do luxo

Para o lixo ....