Já não sei se ando pelas ruas,
ou as ruas por mim.
Se estou na cidade,
ou a cidade em mim.
Perco-me na selva
que se perdeu em mim.
Talvez nada queira que aconteça.
Um acontecimento, pelo seu movimento,
retira-me dos meus pensamentos;
preciso de cada um como células vitais.
Por ora busco apenas alguma motivação,
indigna que seja, mas esteja.
Encontro-me no barulho,
e o que quero é silêncio.
Sou a multidão,
aglomerado do que estou.
Encontro-me.
Paro,
paro íntegra.
Andarilha dos becos da minha alma,
sou a rua,
sou a cidade...

 

A partir de  “Pelas ruas da cidade" de Oscar Calixto

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/680823