PENAS AO VENTO
Nada é mais como era
e meus passos cansados sobre escadas eternas
desfalecendo como penas espalhadas contra o vento
não me reconheço no espelho da existência
há vozes vindas de todos lugares
mesmo com os fones partidos têm o fulgor das estrelas em cada madrugada escura
sinto o rosto em pedaços
meteoro que cruza a estratosfera
antes a vida era yin yang
bem e mal eram como o dia e a noite
hoje os extremos em ferradura se tocam
não desejamos o que os antepassados julgavam tão natural
quem cuidará dos nossos idosos?
por favor - apenas peço -
não se esqueça das crianças em seus próprios olhos