Poema do extravaso

Cheguei perto de ti

E virei pro outro lado

E bem abobalhado

Fingi que não te vi.

Mas eu sim vi

Tanto que olhei

E daquele lado ali

Invisível me tornei.

Não sei se com sucesso

É difícil ser complexo

Um ego forte eu meço

E vejo: que falta de nexo.

Mas é bem quando

Se tenta esconder

Que se está delirando

E fica fácil ver.

Nem adianta esconder

Pelos olhos transpira

E resta apenas ser

Enquanto a vida gira.

Eu te vi desse jeito

E desvi e fingi

Bato no meu peito:

Eu reagi!

Se certo ou errado

Coração não entende

Sente assim ou assado

E bate e bate e sente.

É coisa de demente

Sentir e disfarçar

Mas com tom sorridente

Mistério saborear.

Óbvio precisa ser?

Para dar puro tédio?

Ou deve se exercer?

Como lento remédio?

Nem sei o que sinto

E não minto, que legal

Tem gosto de vinho tinto

Mas às vezes sem sal.

Hoje assim

Amanhã sei lá

Hoje sim

Amanhã bah!

Fico por aqui

Bem desse lado

Vem e me sorri

Quero ser extravasado.

Will Stella
Enviado por Will Stella em 17/12/2019
Código do texto: T6821135
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