UNO
a vida escorre dos dedos
feito areia da ampulheta
guiada pelas fronteiras de vidro
janelas do mundo exterior
sangue corrente entre o aperto
da lacuna débil da sinapse
neurônio nenhum se entrega
particular de roxo se tornam uno
de milhares e milhões
Uno
e assim, tudo passa
tudo atravessa ao não habitado
tudo morre para a vida nascer
tudo nasce para a vida morrer
duas faces da mesma moeda
indissociável
Uno.
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