SUPERAÇÃO
Após sair do conforto uterino quis logo voar
Mas minhas asas ainda estavam incompletas
Fiquei na imensidão do terreiro a engatinhar
Mas a alma poeta já voava sobre ilhas desertas
Os joelhos na aspereza do chão rachado
Foram aos poucos se fortalecendo
A cada passo um metro áspero conquistado
Meu corpo ia aos poucos se erguendo
Diante das intempéries me fiz ereto e imponente
E voei audaz por tantos lugares
Minha fibra se forjou sob o sol forte e inclemente
Em ondas revoltas de bravios mares
Hoje nada temo da vida ou além vida
Pois nada teme quem não temeu viver
Hoje faço versos se a alma é ferida
Espalhando poesia e amor para renascer