Banha(dor) do Eu
A água cai como cachoeira.
O ruido acalma como o de uma chaleira.
A sujeira desce pelo ralo.
O sabão limpa todo o cansaço.
A esponja é com afinco esfregada
Em cada canto do corpo em mágoa
Para toda a ferida ser cicatrizada
Com o sabão, o shampoo e a água.
O sabão passa por cada região
Desde o peito ao coração
Limpando o exterior e o interior
Como uma reforma completa de onde for.
Sou meu banha(dor), pois me limpo como ninguém
No banho uma pessoa que volta e meia não está bem.
Em toda noite ou tarde ou dia,
banha-se para a vida contínua.
Cada banho é uma conquista.
O sabão desimpregna.
O shampoo traz a consciência limpa.
O condicionador o sentir suaviza.
E a água como uma cachoeira
Lá do alto vem com sua fortaleza
Retirando todas as impurezas
Do cotidiano que atormenta.
A cachoeira do autoconhecimento limpa
O indivíduo que se permita
Tomar um banho em sua casa de luz
Em cada momento que de amor reluz.
Referência: A poesia não foi inspirada na pintura. Foi inspirada a partir da experiência e sensações ao tomar banho. Banhador - neologismo = aquele que limpa a sua dor com o seu banho.
Comentário: Chegamos a 150 poesias aqui cadastradas. Obrigada por todo o apoio, amizade e feedbacks de sempre.
Pintura: Pintura hiperrealista - Alyssa Monks Smirks (EUA)