Sou?... Ou não sou?!

Hoje sou o resto do nada que nunca existiu.

Sou a mesa enfeitada do aniversário que não aconteceu.

Sou o laço de fita cor de rosa dos cabelos dourados

da menina que não nasceu.

Sou o aborto da mulher virgem e estéril que nunca ovulou.

Sou o vácuo do espaço infinito.

Não represento nem o nada; pois nada sou.

Olham-me, mas não me vêm,

porque sou invisível até p'ra mim mesma.

Se nada hoje sou; um dia fui algo explêndido e,

após transformarem-me em farrapos,

cremaram-me viva.

Só que as cinzas ainda procuro,

pois minha mente insana sobreviveu à escaldante maldade e,

somente ela e eu,

sabemos estarem espalhadas por alguma parte.

E...

hoje,

Se apenas um ar mais forte acontecer;

essas se espalharão pela eternidade,

servindo apenas de mais um componente no cosmo.

Ora!

Então existo!...

Nalgum lugar me encontro.

Que descoberta!

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Agradeço bela interação do nobre Poeta Olavo

Agradeço bela interação do nobre Poeta Olavo

22/10/2019 20:00 - 

POETA OLAVO

"Tu és a menina Cleir

Que nos traz suas poesias

Tu vais sempre existir

Para alegrar os nossos dias."