Poema (dos meus delírios metafísicos )

Sou um ajo réprobo, mas acredito na sorte,

sei que há uma viva Senda em mim,

um imenso e inesgotável jardim,

e me lembro de ter vencido demais a morte.

Caminho solitário em meio a astros palpitantes,

desconheço o caminho e apenas sigo.

O poente engole meus versos delirantes,

e em tudo há um Enigma, e eu me enigmo.

Mas se não fosse esse Mistério Atroz

que me consome, me absorve e me devora,

eu secaria num murmúrio sem voz,

como a folha morta que a vida leva embora.

Mas não, é por isso que eu sigo a Senda,

mesmo sem saber para onde estou indo.

Um dia hão de me tirar essa grossa venda,

e eu saberei do que os deuses estão rindo.

Sarauvirtual
Enviado por Sarauvirtual em 08/10/2019
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