Visão de Alívio
Estou neste ponto onde eu parei
nessa parada onde eu estacionei
pois que nunca mais eu caminhei
e um justo bom transporte eu esperei
No ontem aqui eu me encontro sentado
nesta bobagem com uma tralha do passado
e observo a mim mesmo aqui parado
o ser não-ser no mesmo lugar conservado
Pensei eu que seria algo diferente
e que teria algum retorno de repente
num tempo em que não haveria enchente
em que todo dia haveria sol nascente
Ainda paralisado, esperando sigo
ao Universo soprando ar eu digo
levado ao esmo olhando o umbigo
porque nem mesmo me desaparecer consigo
Tenho com os olhos vermelhos, rasos e carmins
muitas visões verdes de sedas e cetins
de anjos que me curem aos males e afins
vindos de trono celeste e sejam serafins
Suas asas-refúgio quebrem o instante
e que me tragam um louco dia brilhante
assim concedam ao bobo ser caminhante
alívio dessa noite angustiante.