ÀS VEZES...
Às vezes a tristeza profunda espanca a carne, mórbida de tanto sufoco.
Às vezes o leito é o único alento.
Às vezes a dor da alma é mais profunda que a física.
Às vezes o desespero é o único refúgio.
Às vezes a única coisa que temos são as sombras debaixo das ondas que me levam ao longínquo mar.
Às vezes sufoco o meu próprio sufoco e tento demonstrar a alegria que não mais existe;
Às vezes entendo o arco-íris que é tão lindo e tão efêmero.
Às vezes conforto o meu próprio espírito junto ao seu que não mais existe junto ao meu.
Às vezes rogo aos céus que a tristeza vá e fique bem longe, junto àqueles que não mais existem...
Aqueles que se foram pela distância, pela ausência ou simplesmente pelo fim da vida.
Às vezes, muitas vezes, as lembranças são mais sufocantes que a própria existência.
Às vezes, vejo-te tão longe, tão longe que já não mais existe.
E a realidade e a imaginação se fundem, formando imagens torpes no horizonte.