Corpus Mysticum

Sereis agora os ramos e eu a vide

Sereis o corpo que entreguei e tomo

Para mim, de novo, amplo e uno, em torno

Do qual gira a manhã, o ar do campo, a prece

Dos arroios, das faias, do incenso

no altar erguido e no vitral de fogo

Que à luz sem cor imprimirá meu Rosto

E a lançará na cela inquieta e vária

Para fazer da treva o incandescente tronco

Da minha coluna, caule, a seiva que resume

O mel do amor que de Mim a vós circule

Para que todos em Mim vos congratulem.

Para outrem não foi o Meu chamado.

Porque outrem não há fora de Mim.

Tocai as Minhas chagas: elas são vossas

E vosso é o bálsamo que as seca enfim.

Já disse antes que o mundo fosse erguido:

Estarei convosco sempre; estaríeis vós comigo?

Rodrigo C Pereira
Enviado por Rodrigo C Pereira em 19/08/2019
Código do texto: T6723747
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