APOCÁLIPSE


 
O Livro das Profecias amedronta
Aos cristãos, aos ateus, a todos
As profecias se cumprem lentamente
Vem as pragas e se confundem
Pragas? Não vejo pragas.
Eventos da modernidade
Cientistas com criações faraônicas
Tecnologias   surpreendentes
Que melhoram ou destroem vidas.
 
Fatos científicos comprovados
Tantas transformações não aceitas
E os incautos veem demônios
Camuflados pelos   quatro cantos.
Demônios poderosos, generosos,
Alguns com carinha de anjo
Nada novo! Lucífer também foi anjo.
E os gafanhotos? Hoje, mosquitos maléficos?
 
Recorro a minha fé, talvez muito pequena.
Fé, menor que um grão de mostarda
Que às vezes, balança estremecida
Perdida em dúvidas, em buscas
Em perguntas sem respostas
Em porquês inquietantes e conflitos.
 
Desisto de buscas, apego-me a Deus
Acredite, Ele existe!
Mas as profecias continuam
E, anunciadas como novos tempos
Igrejas se multiplicam, fragmentadas
Mentores apropriam-se de Deus
Como expressão do populismo subjetivo.
E as sete pragas, os sete candeeiros
Continuam esperar.
Elas já passeiam livremente entre eles e nós.