O Apocalipse reencarnado!
Como choram as ervas do campo quando são degustadas
por bocas insalubres, decerto, malvadas,
Nas cores das rosas arrancadas
de seus plácidos jardins?
Como sofre um homem sem ser amado e que foge da luz
como se as trevas reinassem e fossem suas companhias?
Como ando?
Como vivo?
O que canto?
Quando o mundo acabar-se, meu reino nascerá
cheio de jardins floridos,
bocas com extensos sorrisos,
palavras mansas.
Fala um violão. Escuto a valsa que criam suas cordas
esqueço que é chegada a morte da hora,
e a hora da morte.
Esqueço que sei lembrar-me do mundo
poluído, imundo, cheio de homens
que destroem até o hálito do vento.
Chamem os santos e os santificados.
Fogo aos ateus, mas algum que os convertam
e ensinem do amor e da vida que há sobre a mesa
e que não veem os que não creem no que creem escondidos de si.
Porque, se há neste mundo tantas despedidas,
é preciso que algo novo nasça,
e recrie
e alimente
e ame, e trace e viva e lave!
Poema inédito (09/07/2019)
Paulino Vergetti