MOMENTO DA DESPEDIDA
Convidar-te-ia em vida para a minha sentinela
Se me fosse concedida a graça
De ver a tua tristeza “bela”, de carinho por mim.
Enfim, se a aparente desgraça,
Dessa separação ingrata
Fosse apenas uma oportunidade para chorar por ela.
Mesmo fora do corpo físico
Acariciar-te-ia consolando teu pranto
Com o mesmo encanto
Da vida.
Que daquele momento, passar-se-á,
Para um estágio novo.
Nós ter-nos-íamos passado juntos
Se a hora tua, igualasse-se à minha,
Mas por mim, tu ter-te-ias passado...
Para unidos vivermos para sempre.
Nesta hora, a nossa vontade nada vale,
Mas mesmo que a minha boca não fale
Meu ser esperar-te-á até que em mim
O teu perfume exale.
Agora serei em ti apenas dor
Até o reencontro do nosso “andor”.
Sem as máculas do sofrimento
Que entristecem nesse momento
Uma alma cheia de amor.
Não posso de fazer ouvir,
Mas posso sentir
Que tu és parte minha
Que por um tempo
Não mais caminha
Fazendo ‘sombra’
Na minha alegre ‘vinha’.
Ênio Azevedo