UM CÁRCERE CHAMADO DESTINO

Destino, não construa mais cercas em volta de mim,

Não aniquile os meus caminhos para a felicidade,

Não seja meu algoz, para que eu possa viver sem saudade

E tenha colhido as flores da alegria quando chegar o meu fim.

Destino, estou muito cansado, solicito de ti minha alforria

E que retire as correntes que prendem minhas asas,

Para que eu possa ser livre e voar para minha verdadeira casa,

E não me lembrar dos momentos em que o exílio me feria.

Tenho calculado, cuidadosamente, cada passo,

Tenho sonhado com o horizonte de contentamento,

Com o dia em que chegará o fim do meu isolamento,

Quando a brisa da placidez pousará em meu rosto cansado.

Quero voar e contemplar a beleza do céu em plenitude,

Apreciar a transcendência de uma vazia abstração,

Onde se dissipará os devaneios da minha constante ilusão

E viverei livre, em uma existência de verdadeira virtude.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 31/05/2019
Reeditado em 10/06/2019
Código do texto: T6661427
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