UM CÁRCERE CHAMADO DESTINO
Destino, não construa mais cercas em volta de mim,
Não aniquile os meus caminhos para a felicidade,
Não seja meu algoz, para que eu possa viver sem saudade
E tenha colhido as flores da alegria quando chegar o meu fim.
Destino, estou muito cansado, solicito de ti minha alforria
E que retire as correntes que prendem minhas asas,
Para que eu possa ser livre e voar para minha verdadeira casa,
E não me lembrar dos momentos em que o exílio me feria.
Tenho calculado, cuidadosamente, cada passo,
Tenho sonhado com o horizonte de contentamento,
Com o dia em que chegará o fim do meu isolamento,
Quando a brisa da placidez pousará em meu rosto cansado.
Quero voar e contemplar a beleza do céu em plenitude,
Apreciar a transcendência de uma vazia abstração,
Onde se dissipará os devaneios da minha constante ilusão
E viverei livre, em uma existência de verdadeira virtude.