REALIDADE ABSTRATA
Vivi intensamente o meu tempo,
Morri oprimido lentamente,
Corri pelos campos em alento,
Estagnei-me em muros silenciosamente.
Alegrei-me na simplicidade,
Entristeci-me diante da maldade,
Fui consolado em abraços de carinhos,
Perdi-me em abstratos caminhos.
Sonhei com um mundo sem tristeza,
Iludi-me diante da falsa beleza.
No hoje cinéreo, envolto em melancolias,
Sinto saudades de coisas que não existiram.
Sigo caminhando em direção ao crepúsculo,
Meu vagar cambaleante e fraco
Leva-me aos anos sem cores e opacos.
Caminhando nostálgico pelo passado,
Ainda tento sonhar com o futuro.