NAVEGAR EM ÁGUAS CINÉREAS
Nas águas ambíguas da existência,
Somos levados para um destino incerto,
Confundindo nossa imanência e nosso afeto,
Ferimos mortalmente a nossa inocência.
Envoltos em pseudos propósitos e confusões,
Somos enganados por nossa matriz transcendental,
E sem perceber, nos surpreendemos no caos,
Cegos e presos em nossos depósitos de ilusões.
Esquecemos nossa pureza no limiar da serenidade,
E passamos a navegar nas águas cinéreas da vida,
Anestesiando a nós mesmos de nossa dura lida.
Ficamos acomodados no estrondo da falsa felicidade,
Julgamos o silêncio como um ser cinza e sem cor,
Mas no final é ele, o único que ecoa em nossa fuga da dor.