NAVEGAR EM ÁGUAS CINÉREAS

Nas águas ambíguas da existência,

Somos levados para um destino incerto,

Confundindo nossa imanência e nosso afeto,

Ferimos mortalmente a nossa inocência.

Envoltos em pseudos propósitos e confusões,

Somos enganados por nossa matriz transcendental,

E sem perceber, nos surpreendemos no caos,

Cegos e presos em nossos depósitos de ilusões.

Esquecemos nossa pureza no limiar da serenidade,

E passamos a navegar nas águas cinéreas da vida,

Anestesiando a nós mesmos de nossa dura lida.

Ficamos acomodados no estrondo da falsa felicidade,

Julgamos o silêncio como um ser cinza e sem cor,

Mas no final é ele, o único que ecoa em nossa fuga da dor.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 20/05/2019
Código do texto: T6651881
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.