POETAS E O AVC
As pessoas dizem que sou um poeta iluminado;
Não sabem da escuridão que hábita o meu ser;
Não conhecem a minha língua, nem a outra parte de mim.
O que
não entendo,
E nunca entendi, são
Os poetas que dormem
em rede de palha;
E se escondem,
nas toalhas de cetim...
Vendem versos nas esquinas;
Más não verbalizam
Autografam obras inacabadas
Iluminado! iluminado, são os poetas que escrevem e declamam
com avc!
iluminado são os seus olhos; e as vozes cheia de encantos e equilíbrio;
Ficam de pé no tablado, se erguem como plantas e tendo os pés de raízes fertilam feito húmus vestidos de poesia, de humildade e de fé...
O que não entendo
São as cadeiras vazias dos teatros
O silêncio provocado
pelo medo...
E um corpo calado Encolhido num banco de jardim...
A neve que jogaram aqui
fora de tempo
Não entendo!
Entendo sim
Um coração que não pulsa
o que não está escrito
entendo o que não é permitido
entendo o vazio
Do dito
e o que não posso dizer,
Iluminado, iluminado
é Maria;
Alguém sabe onde
Maria está?