ASTRO PÁLIDO
Quanto mais deslumbrante,
mas instigante é o mistério que silencia,
Todo olho, toda carne, que busca sabedoria.
Quê será que diz esta estratosférica mãe do encanto
Que não se dá o labor de florescer
E só, somente com sua existência fala tanto?
Nada de chamativo Deus lhe impôs,
Senão o júbilo de refletir a grandeza maior:
A luz que do sol impera poder, lhe transpôs.
Investigá-la, quem já não?
Dos pés que a violaram, aos olhares embebidos em deslumbre,
Conquistar o céu sem asas é fútil, tudo em vão.
Melhor é aterrissar em terra que ninguém vê,
No âmago da alma, no intangível do ser,
Proeza que excede o saber, e ninguém se atreve.
A resposta de natureza profunda é pueril,
Que seria de nós se estivesse nos mestres e grandes?
Ninguém entende mais de “sentir” do que o menino vadio.
Aquele astro pálido, impoluto, desperta uma certeza:
De que a lágrima incontida e o sorriso fulgente,
São respostas de que fomos feitos de singeleza.
2017