ASTRO PÁLIDO

Quanto mais deslumbrante,

mas instigante é o mistério que silencia,

Todo olho, toda carne, que busca sabedoria.

 

Quê será que diz esta estratosférica mãe do encanto

Que não se dá o labor de florescer

E só, somente com sua existência fala tanto?

 

Nada de chamativo Deus lhe impôs,

Senão o júbilo de refletir a grandeza maior:

A luz que do sol impera poder, lhe transpôs.

 

Investigá-la, quem já não?

Dos pés que a violaram, aos olhares embebidos em deslumbre,

Conquistar o céu sem asas é fútil, tudo em vão.

 

Melhor é aterrissar em terra que ninguém vê,

No âmago da alma, no intangível do ser,

Proeza que excede o saber, e ninguém se atreve.

A resposta de natureza  profunda é pueril,

Que seria de nós se estivesse nos mestres e grandes?

Ninguém entende mais de “sentir” do que o menino vadio.

Aquele astro pálido, impoluto, desperta uma certeza:

De que a lágrima incontida e o sorriso fulgente,

São respostas de que fomos feitos de singeleza.

 

2017

Lara Araújo
Enviado por Lara Araújo em 20/02/2019
Reeditado em 22/02/2019
Código do texto: T6579718
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