DA QUIMERA!
Ah! Chegou a estação da primavera
Quimera, com seu perfume multicor
Que sejamos tal. Ah! Quem nos dera,
Assim desabrochar no botão do amor!
Pelo chão musgos, nos troncos a hera
Em cada haste, a prenda do Deus cultor
Traz à poesia cor. O belo assim quisera,
E o afável em espera, cheiro acolhedor;
Vês, vês, vês a última quimera,
Meu sono adormecido da vida,
E teu ser abandonado na espera,
De você, apenas você sem despedida,
Poesia é tal qual uma estrada
Do fado vendado e impreciso
Que nasce da faúlha inspirada
Dessa poesia eu preciso!...
Só preciso de poesia, em guizo
Inspiração, silêncio, a tua pitada
Cheios de acordes e pensares
Numa quimera toda matinal...
LMLBM
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