DA QUIMERA!

Ah! Chegou a estação da primavera

Quimera, com seu perfume multicor

Que sejamos tal. Ah! Quem nos dera,

Assim desabrochar no botão do amor!

Pelo chão musgos, nos troncos a hera

Em cada haste, a prenda do Deus cultor

Traz à poesia cor. O belo assim quisera,

E o afável em espera, cheiro acolhedor;

Vês, vês, vês a última quimera,

Meu sono adormecido da vida,

E teu ser abandonado na espera,

De você, apenas você sem despedida,

Poesia é tal qual uma estrada

Do fado vendado e impreciso

Que nasce da faúlha inspirada

Dessa poesia eu preciso!...

Só preciso de poesia, em guizo

Inspiração, silêncio, a tua pitada

Cheios de acordes e pensares

Numa quimera toda matinal...

LMLBM

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Luiza De Marillac Michel
Enviado por Luiza De Marillac Michel em 18/01/2019
Reeditado em 23/02/2019
Código do texto: T6553830
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