Alforria

Quando amanheceu

Vi que ainda era escuro –

O dia –

Igual ao anterior.

Me perguntei:

O que procuro?

As estrelas já não mostram mais

As trilhas pelo céu.

E as nuvens não se precipitam,

São calculistas.

E eu insisto:

Cadê a garoa?

Sua forma esguia,

Sua sincronia

De mobilidade.

Ontem e amanhã

Não fazem parte

Do que se erguia agora,

Do que agora agonia.

Quero ver tudo de fora

Porque por dentro

Euforia.

Por onde mesmo eu seguia?

Por onde está a garoa?

Sinto motores

Que fazem vibrar o ar

Por minha ciclovia.

Pedalo à toa?

Não!

Só pra justificar.

Só pra sobreviver...

Já com o sol do meio dia.

Aqui e agora

Agora é,

Enquanto eu

Também quero ser.

Quero ver tudo de fora

Porque por dentro

Euforia.

Ontem e amanhã

Não fazem parte

Do que agora se erguia,

Do que agora agonia.

Alforria...

25/10/15

Paralelos:

https://www.recantodasletras.com.br/poesiastranscendentais/5435723

Saudade da Garoa

EuMarcelo
Enviado por EuMarcelo em 28/12/2018
Reeditado em 31/12/2018
Código do texto: T6537732
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