Um poema só

Um poema só,

Que abra a noite

E me mostre caminhos no escuro.

Que seja o canto,

Na luz da manhã em que mergulho,

Um poema só,

Para regar essa vontade incessante,

De não parar.

Que seja aquela reticência,

Do verso gravado na alma,

Que enraíza profundo,

E verte, vento, palavras...

Que é melodia e silêncio,

Tocando nas madrugadas.

Um poema de gente,

Alvos fugindo das balas,

Um poema de paz,

Manchado de tantas lágrimas.

A dor, o amor,

A linha que os separa,

Um poema que une,

Que aquece na estação gelada,

Que estende a mão com um prato de afeto,

quatro paredes e um teto.

Um poema suave,

Para apaziguar toda a dor,

Que aperta forte na ferida,

Faz verter sangue, lágrimas, despedidas

E que estanca tudo...

Num pequeno gesto de amor.

M F RANGEL
Enviado por M F RANGEL em 07/12/2018
Reeditado em 07/12/2018
Código do texto: T6521620
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.