HOMENAGEM A SÃO JOÃO DA CRUZ E NOSSO SANTO PADRE ANCHIETA - APÓSTOLO DO BRASIL.

IMPRENSA OFICIAL DO MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA

– DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

03 de Março de 2018 - www.jaguariuna.sp.gov.br

- Ano 5 Edição 252 – pág.1.

COLUNA - EDUCAÇÃO E CIDADANIA

Titulo: Armas para quê(m)?

AUTOR: Luis Felipe Valle é geógrafo graduado pela UNICAMP, é professor de Comunicação e Relacionamento Interpessoal no Cento Universitário de Jaguariúna.

Viver numa sociedade que parece,

Segundo a organização estadunidense

GunViolenceArchive, as mortes por

arma de fogo nos EUA cresceram 37%

no primeiro ano de governo Trump,

marcado pelo discurso reacionário de

ódio, intolerância e justiçamento. Nem

chegamos a março e já foram registrados

17 massacres a tiros nos EUA.

Foram 291 ataques a escolas desde

2013, segundo a organização MomsDemandAction.

O país ostenta 89 armas,

em média, para cada 100 habitantes,

segundo a PewResearch Center, sendo

que 48% dos homens brancos têm arma

e 41% dos armados não têm ensino

superior. Foram, só no ano passado,

52.572 incidentes com armas de fogo,

com mais de treze mil mortos e mais de

27 mil feridos, a maioria civis desarmados

e pessoas inocentes, inclusive

crianças feridas “acidentalmente”.

Segundo o jornal The Washington Post,

em 2017, houve 34 assassinatos de

pessoas inocentes para cada criminoso

morto em legítima defesa no país. Além

disso, está nos EUA a maior (e crescente)

população carcerária do planeta –

mais de 2,2 milhões de prisioneiros,

somando quase 25% de todos os

presidiários do mundo.

O Brasil, país onde ganha força o

discurso do armamento do

“cidadão-de-bem” como solução à

violência não fica atrás: apesar do

teórico controle sobre o porte de armas,

as mortes por arma de fogo são três

vezes maiores do que nos Estados

Unidos, segundo relatório da ONU

(2013) e dados da Polícia Federal

(2016). Segundo o Fórum Brasileiro de

Segurança Pública, houve 4.224 casos

de pessoas mortas em decorrência de

operações policiais ano passado. A

Polícia Militar Brasileira é a que mais

mata – e também a que mais morre. Ano

passado, chegamos ao posto de terceira

maior população carcerária do mundo,

com mais de 700 mil prisioneiros, sendo

28% acusados de tráfico de drogas,

55% jovens entre 18 e 29 anos, 64%

negros, 75% sem ensino médio completo,

segundo dados da INFOPEN (2017);

1 a cada 3 presos sequer tiveram

condenação definitiva, de acordo com o

Conselho Nacional de Justiça (2017).

Em contrapartida, no Japão, onde as

leis e fiscalização com relação a armas

de fogo são extremamente rigorosas, o

número de homicídios por arma de fogo

no país inteiro foi de 6 pessoas em

2014. Em 2015, a polícia japonesa fez

apenas 5 disparos com arma de fogo –

nenhum deles letal, de acordo com

informações oficiais do governo

japonês. Pensando em outros exemplos

a se seguir, vale destacar o fechamento

de 24 prisões na Holanda, em 2017, por

falta de prisioneiros. Anos antes, a

Suécia desativou quatro presídios e tem

uma das menores populações encarceradas

no mundo todo. Na Noruega, o

índice de reabilitação dos presos é

superior a 80%, sendo extremamente

raros os relatos de tortura ou assédio

contra os detentos. Em países como

França, Islândia, Alemanha, Dinamarca,

Bélgica, Canadá e Nova Zelândia o

porte de armas também é rigorosamente

restrito e a pena por porte ilegal, em

algumas situações, pode ser maior do

que para furtos, por exemplo. A premissa

é simples: roubam sua carteira, mas

ninguém será assassinado por isso –

nem o infrator, nem a vítima, nem o

policial. Além disso, nos países citados

a desigualdade socioeconômica é

mínima, os índices de analfabetismo

são extremamente baixos, e as garantias

do Estado do Bem-Estar Social

oferecem Educação e Saúde públicas,

Habitação, Transporte e Lazer acessíveis

e Segurança baseada na

prevenção, não na punição.

Outro ponto fundamental a ser considerado

é a alegação da “legítima defesa”

ou da “proteção à liberdade individual”

no caso do porte de armas. Na universalização

dessas garantias, seria

concedido, também, o porte de arma a

povos indígenas exterminados pelos

capangas de coronéis e latifundiários?

Ou aos produtores rurais e camponeses

massacrados pelo agronegócio? Ou às

mulheres vítimas de violência doméstica

praticada por companheiros covardes,

homo/ transexuais perseguidos pela

truculência dos preconceituosos,

trabalhadores e trabalhadoras que

vivem em periferias tantas vezes

açoitadas por alguns policiais que,

desonrando a farda que vestem,

abusam do poder e da autoridade? Ou

se trata apenas de armar pessoas que

querem preservar seus privilégios e dar

manutenção a uma lógica perversa,

excludente e injusta onde, paradoxalmente,

a violência é erguida como

caminho à paz?

_________

(2018 - O VOTO É SÉRIO.

UMA DAS MAIORES COLUSÕES

CONTRA A SOLUÇÃO

CONTRA A CORRUPÇÃO:

Cuidado na hora de votar:

não vote em quem quer armar a população!

J B PEREIRA)

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Poesia sobre a Encarnação do Verbo - São João da Cruz

http://escritosdossantos.blogspot.com/2013/04/poesia-sobre-encarnacao-do-verbo-sao.html

"Já que o tempo era chegado em que fazer-se devia

o resgate da esposa que em duro jugo servia,

debaixo daquela lei que Moisés dado lhe havia,

o Pai com amor terno desta menria dizia:

- Já vês, Filho, que tua esposa à tua imagem feito havia,

e no que a ti se parece contigo coincidia;

mas é diferente na carne, que em teu simples ser não havia

pois nos amores perfeitos esta lei se requeria,

que se torne semelhante o amante a quem queria

porque a maior semelhança mais deleite caberia;

o qual, por certo, em tua esposa grandemente cresceria

se te visse semelhante na carne que possuía.

Minha vontade é a tua - o Filho lhe respondia -

e a glória que eu tenho é tua vontade ser minha;

e a mim me agrada, Pai, o que tua Alteza dizia,

porque por esta maneira tua bondade se veria;

ver-se-á teu gran poder, justiça e sabedoria;

irei a dizê-lo ao mundo e notícia lhe daria

de tua beleza e doçura, de tua soberania.

Irei buscar minha esposa e sobre mim tomaria

suas fadigas e dores em que tanto padecia;

e para que tenha vida, eu por ela morreria,

e tirando-a das profundas, a ti a devolveria.

Então chamou-se um arcanjo que S. Gabriel se dizia,

enviou-o a uma donzela que se chamava Maria,

de cujo consentimento o mistério dependia;

na qual a santa Trindade de carne ao Verbo vestia;

e embora dos três a obra somente num se fazia;

ficou o Verbo encarnado nas entranhas de Maria.

E o que então só tinha Pai, já Mãe também teria,

embora não como outra que de varão concebia,

porque das entranhas dela sua carne recebia;

pelo qual Filho de Deus e do Homem se dizia.

Quando foi chegado o tempo em que de nascer havia,

assim como o desposado, do seu tálamo saía

abraçado a sua esposa, que em seus braços a trazia;

ao qual a bendita Mãe em um presépio poria

entre pobres animais que então por ali havia.

Os homens davam cantares, os anjos a melodia,

festejando o desposório que entre aqueles dois havia.

Deus, porém, no presépio ali chorava e gemia;

eram jóias que a esposa ao desposório trazia;

e a Mãe se assombrava da troca que ali se via:

o pranto do homem em Deus, e no homem a alegria;

coisas que num e no outro tão diferente ser soía.

S. João da Cruz, Romantes Trinitários e Cristológicos, Toledo, Cárcere - 1578.

Créditos: GRAA

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HOMENAGEM AO SANTO JOSÉ DE ANCHIETA –

JESUÍTA E APÓSTOLO DO BRASIL

02 de abril, o Santo Padre, Papa Francisco,

irá assinar o decreto de canonização do Pe. José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil.

Em sua homenagem, transcrevemos o “Poema da Virgem”, de sua autoria.

Minha alma, por que tu te abandonas ao profundo sono?

Por que no pesado sono, tão fundo ressonas?

Não te move à aflição dessa Mãe toda em pranto,

Que a morte tão cruel do FILHO chora tanto?

E cujas entranhas sofre e se consome de dor,

Ao ver, ali presente, as chagas que ELE padece?

Em qualquer parte que olha, vê JESUS,

Apresentando aos teus olhos cheios de sangue.

Olha como está prostrado diante da Face do PAI,

Todo o suor de sangue do seu corpo se esvai.

Olha a multidão se comporta como ELE se ladrão fosse,

Pisam-NO e amarram as mãos presas ao pescoço.

Olha, diante de Anás, como um cruel soldado

O esbofeteia forte, com punho bem cerrado.

Vê como diante Caifás, em humildes meneios,

Aguenta mil opróbrios, socos e escarros feios.

Não afasta o rosto ao que bate, e do perverso

Que arranca Tua barba com golpes violento.

Olha com que chicote o carrasco sombrio

Dilacera do SENHOR a meiga carne a frio.

Olha como lhe rasgou a sagrada cabeça os espinhos,

E o sangue corre pela Face pura e bela.

Pois não vês que seu corpo, grosseiramente ferido

Mal susterá ao ombro o desumano peso?

Vê como os carrascos pregaram no lenho

As inocentes mãos atravessadas por cravos.

Olha como na Cruz o algoz cruel prega

Os inocentes pés o cravo atravessa.

Eis o SENHOR, grosseiramente dilacerado pendurado no tronco,

Pagando com Teu Divino Sangue o antigo crime! (Pecado Original cometido pelos primeiros pais)

Vê: quão grande e funesta ferida transpassa o peito, aberto

Donde corre mistura de sangue e água.

Se o não sabes, a Mãe dolorosa reclama

Para si, as chagas que vê suportar o FILHO que ama.

Pois quanto sofreu aquele corpo inocente em reparação,

Tanto suporta o Coração compassivo da Mãe, em expiação.

Ergue-te, pois e, embora irritado com os injustos judeus

Procura o Coração da MÃE DE DEUS.

Um e outro deixaram sinais bem marcados

Do caminho claro e certo feito para todos nós.

ELE aos rastros tingiu com seu sangue tais sendas,

Ela o solo regou com lágrimas tremendas.

A boa Mãe procura, talvez chorando se consolar,

Se as vezes triste e piedosa as lágrimas se entregar.

Mas se tanta dor não admite consolação

É porque a cruel morte levou a vida de sua vida,

Ao menos chorarás lastimando a injúria,

Injúria, que causou a morte violenta.

Mas onde te levou Mãe, o tormento dessa dor?

Que região te guardou a prantear tal morte?

Acaso as montanhas ouvirão Teus lamentos?

Onde está a terra podre dos ossos humanos?

Acaso está nas trevas a árvore da Cruz,

Onde o Teu JESUS foi pregado por Amor?

Esta tristeza é a primeira punição da Mãe,

No lugar da alegria, segura uma dor cruel,

Enquanto a turba gozava de insensata ousadia,

Impedindo Aquele que foi destruído na Cruz.

Mãe, mas este precioso fruto de Teu ventre

Deu vida eterna a todos os fieis que O amam,

E prefere a magia do nascer à força da morte,

Ressurgindo, deixou a ti como penhor e herança.

Mas finda Tua vida, Teu Coração perseverou no amor,

Foi para o Teu repouso com um amor muito forte!

O inimigo Te arrastou a esta cruz amarga,

Que pesou incomodo em Teu doce seio.

Morreu JESUS traspassado com terríveis chagas

ELE, formoso espírito, glória e luz do mundo;

Quanta chaga sofreu e tantas LHE causaram dores;

Efetivamente, uma vida em vós era duas! (Natureza Humana e Divina do SENHOR)

Todavia conserva o Amor em Teu Coração, e jamais

Evidentemente deixou de o hospedar no Coração,

Feito em pedaços pela morte cruel que suportou

Pois à lança rasgou o Teu Coração enrijecido.

O Teu Espírito piedoso e comovido quebrou na flagelação,

A coroa de espinhos ensanguentou o Teu Coração fiel.

Contra Ti conspirou os terríveis cravos sangrentos,

Tudo que é amargo e cruel o Teu FILHO suportou na Cruz.

Morto DEUS, então porque vives Tu a Tua vida?

Porque não foste arrastada em morte parecida?

E como é que, ao morrer, não levou o Teu espírito,

Se o Teu Coração sempre uniu os dois espíritos?

Admito, não pode tantas dores em Tua vida

Suportar, aguentando se não com um amor imenso;

Se não Te alentar a força do nascimento Divino

Deixará o Teu Coração sofrendo muito mais.

Vives ainda, Mãe, sofrendo muitos trabalhos,

Já te assalta no mar onda maior e cruel.

Mas cobre Tua Face Mãe, ocultando o piedoso olhar:

Eis que a lança em fúria ataca pelo espaço leve,

Rasga o sagrado peito ao teu FILHO já morto,

Tremendo a lança indiferente no Teu Coração.

Sem dúvida tão grande sofrimento foi à síntese,

Faltava acrescentá-lo a Tuas chagas!

Esta ferida cruel permaneceu com o suplício!

Tão penoso sofrimento este castigo guardava!

Com O querido FILHO pregado a Cruz Tu querias

Que também pregassem Teus pés e mãos virginais.

ELE tomou para SI a dura Cruz e os cravos,

E deu-Te a lança para guardar no Coração.

Agora podes, ó Mãe, descansar, que possui o desejado,

A dor mudou para o fundo do Teu Coração.

Este golpe deixou o Teu corpo frio e desligado,

Só Tu compassiva guarda a cruel chaga no peito.

Ó chaga sagrada feita pelo ferro da lança,

Que imensamente nos faz amar o Amor!

Ó rio, fonte que transborda do Paraíso,

Que intumesce com água fartamente a terra!

Ó caminho real com pedras preciosas, porta do Céu,

Torre de abrigo, lugar de refúgio da alma pura!

Ó rosa que exala o perfume da virtude Divina!

Jóia lapidada que no Céu o pobre um trono tem!

Doce ninho onde as puras pombas põem ovinhos,

E as castas rolas têm garantia de suster os filhotinhos!

Ó chaga, que és um adorno vermelho e esplendor,

Feres os piedosos peitos com divinal amor!

Ó doce chaga, que repara os corações feridos,

Abrindo larga estrada para o Coração de CRISTO.

Prova do novo amor que nos conduz a união! (Amai uns aos outros como EU vos amo)

Porto do mar que protege o barco de afundar!

Em TI todos se refugiam dos inimigos que ameaçam:

TU, SENHOR, és medicina presente a todo mal!

Quem se acabrunha em tristeza, em consolo se alegra:

A dor da tristeza coloca um fardo no coração!

Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança,

Caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança!

Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo,

Jorrando água para a vida eterna!

Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua,

Somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar.

Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança,

Para que possa viver no Coração do meu SENHOR!

Entrando no âmago amoroso da piedade Divina,

Este será meu repouso, a minha casa preferida.

No sangue jorrado redimi meus delitos,

E purifiquei com água a sujeira espiritual!

Embaixo deste teto (Céu) que é morada de todos,

Viver e morrer com prazer, este é o meu grande desejo.

http://www.purgatorio.net.br/2014/04/01/poema-da-virgem-de-autoria-de-sao-jose-de-anchieta/

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Cantar? Calar? Ó mãe de Jesus toda santa, cala-se minha boca ou teus louvores canta? O teu piedoso amor, com que a mente aguilhoas, manda cantar, senhora, estas modestas loas. Mas teme em língua impura exaltar-te as grandezas, pois que manchada já de muitas vis torpezas. Tu me obrigas ao canto e as palavras atentas a quem tenta falar; tu minha mão sustentas. Sê tu, com teu menino, o meu único enleio deste meu coração, único amor e anseio! (Anchieta, 1988-1, p.93)

file:///C:/Users/JOSE/Downloads/3504-8762-1-PB%20(1).pdf

O POEMA À VIRGEM DE JOSÉ DE ANCHIETA: UMA BIOGRAFIA CONTEMPLATIVA Dulce Maria Viana MINDLIN 1 • RESUMO: A estrutura narrativa do poema De Beata Virgine Dei Matre Maria, de José de Anchieta. O biógrafo e o elemento biografado. As implicações da contemplação (Inácio de Loyola) na representação do objeto focalizado (Mieke Bal). A atitude religiosa do focalizador na construção idealizada da figura da Virgem Maria. A ambigüidade da focalização: observação e interpretação. A sublimidade da Virgem e a dupla face da biografia quanto à visibilidade do objeto: aproximação e distanciamento (Sarah Koffman). • PALAVRAS-CHAVE: José de Anchieta; biografia; Virgem Maria; narrativa; focalização; contemplação

file:///C:/Users/JOSE/Downloads/3504-8762-1-PB%20(1).pdf

Poema da Virgem de Padre José de Anchieta

DE COMPASSIONE ET PLANCTU VIRGINIS IN MORTE FILII

COMPAIXÃO DA VIRGEM NA MORTE DO FILHO

Por que ao profundo sono, alma, tu te abandonas, e em pesado dormir, tão fundo assim ressonas? Não te move a aflição dessa mãe toda em pranto, que a morte tão cruel do filho chora tanto? O seio que de dor amargado esmorece, ao ver, ali presente, as chagas que padece? Onde a vista pousar, tudo o que é de Jesus, ocorre ao teu olhar vertendo sangue a flux. Olha como, prostrado ante a face do Pai, todo o sangue em suor do corpo se lhe esvai. Olha como a ladrão essas bárbaras hordas pisam-no e lhe retêm o colo e mãos com cordas. Olha, perante Anás, como duro soldado o esbofeteia mau, com punho bem cerrado. Vê como, ante Caifás, em humildes meneios, agüenta opróbrios mil, punhos, escarros feios. Não afasta seu rosto ao que o bate, e se abeira do que duro lhe arranca a barba e cabeleira. Olha com que azorrague o carrasco sombrio retalha do Senhor a meiga carne a frio. Olha como lhe rasga a cerviz rijo espinho, e o sangue puro risca a face toda arminho

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000274.pdf

‘Poema à Virgem Maria’, de São José de Anchieta

https://www.comshalom.org/poema-a-virgem-maria-de-sao-jose-de-anchieta/

9 junho 2017

Quadro de Benedito Calixto retrata Anchieta escrevendo poema (Foto: Divulgação/Museu de Anchieta)

Nesta sexta-feira (9), a Igreja celebra a memória litúrgica de São José de Anchieta, considerado o apóstolo do Brasil, canonizado pelo Papa Francisco em 2014. Enviado em missão para o Brasil antes de completar 20 anos, padre Anchieta é o maior expoente do grupo de jesuítas que deram a vida pela catequização dos índios e pela evangelização primordial do país.

Entre muitos episódios da vida dele, tornou-se conhecida sua prisão por cinco meses, quando esteve refém dos índios tamoios, em 1563. Durante esse período, escreveu nas areias da praia de Iperoig (hoje praia do Cruzeiro) um poema dedicado a Maria, com quase 5 mil versos.

Reze conosco o trecho do “Poema à Virgem Maria”, escrito por São José de Anchieta:

Ó doce chaga, que repara os corações feridos,

Abrindo larga estrada para o Coração de CRISTO.

Prova do novo amor que nos conduz a união! (Amai uns aos outros como EU vos amo)

Porto do mar que protege o barco de afundar!

Em TI todos se refugiam dos inimigos que ameaçam:

TU, SENHOR, és medicina presente a todo mal!

Quem se acabrunha em tristeza, em consolo se alegra:

A dor da tristeza coloca um fardo no coração!

Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança,

Caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança!

Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo,

Jorrando água para a vida eterna!

Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua,

Somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar.

Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança,

Para que possa viver no Coração do meu SENHOR!

Entrando no âmago amoroso da piedade Divina,

Este será meu repouso, a minha casa preferida.

No sangue jorrado redimi meus delitos,

E purifique com água a sujeira espiritual!

Embaixo deste teto (Céu) que é morada de todos,

Viver e morrer com prazer, este é o meu grande desejo.

J B Pereira e file:///C:/Users/JOSE/Downloads/3504-8762-1-PB%20(1).pdf
Enviado por J B Pereira em 30/09/2018
Reeditado em 30/09/2018
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