Faz de conta.

Pretenso

Me assusto

Disfarço

Faz de conta

Que é verso

Cismado

Penso em por que será

Que quando se gosta

Não precisa

Nem resposta

Nem pergunta

Quando não

Somente se assunta

Penso no fato

da luz da Lua

Bailar na lagoa

Será

Que a traduzir-se

O lado inverso

de modo a ser vista

Em silêncio que ecoa

Mais nada

A Lua calada

Respondeu

Que era

Pelo mesmo motivo do verso

de maneira a falar consigo mesma

Enquanto viva

Porque

No dia que todo mundo

Tiver dentro do peito

Um jeito profundo

De entender o olhar

Esse dia será o dia

Em que nunca mais será preciso

Escrever poesia.

Edson Ricardo Paiva.