IMERSO NO LIMBO
Contemplo a relva a se espraiar pelo campo
E dos pássaros canoros escuto-lhes o canto.
Meu pensamento errante vagueia no tempo
Sob a companhia de meu amigo, o vento.
Encontro-me um alguém imerso no limbo
Para ser içado a paraíso cada vez mais lindo.
Carrego um fardo que me alquebra o ombro
Sinto-me escravo sob o látego no lombo.
Tal situação um dia passará, mas, quando?
Não descanso e ainda que cansado, ando!
Prossigo e insisto neste caminhar tanto
Na ânsia de não habitar este infecto antro.
Meu sonho passeia entre o diabo e o santo
Da tentação me esquivando, ao menos, por enquanto.
Investidas ardis vou vencendo, sôfrego, no entanto,
Dia a dia a esquivar sob o mesmo imperecível pranto.