Dentro de ti(Poema 30)
Não estou dentro de ti nas cidades maravilhosas
Com mil maravilhas e sonhos mil, não estou dentro de
Ti nos balneários e nos lugares próximos às fontes.
Não estou dentro de ti nas cidades rústicas e calmas,
Nos vilarejos e nas imediações calmas ou violentas,
Não estou em ti nos subterraêneos, nos parques,
Nas moradias futurísticas e nos bairros aristocráticos.
Dentro de tuas cidades múltiplas não se encontra
Minha alma em nenhuma parte, minha voz jamais
Pode acompanhar qualquer construção de suas cidades...
Nas neves fofas minhas marcas não se encontram
Pregadas e nenhum cartaz se vê ao longe com minha
imagem.
Oh, não, se tu soubesses onde estou ficarias assustada,
Onde estou há um completo vácuo, um completo êxtase
Adormecido há milhares de anos... Como uma Bela Adormecida
De milhares de anos eu me encontro nos vácuos preenchidos
De sonhos intensos e duradouros... Eras de milênios
Esquecidos em que minha alma não apenas adormece,
Mas também não sonha com nenhum mundo.
Distâncias sempiternas ecoando nos vales do
Sono e do completo vazio... Almas distantes de
Viveres sonambúlicos engendradas no esquecimento
Gélido de um mundo abandonado...
Nas absconsas imediações de teus cemitérios
Não conhecidos eu moro, sem procurar um
Caminho para longe de toda essa desolação,
Sem a fatídica esperança do dia que serei
Alçado por forças benignas deste mundo...
E quando esta existência findar dentro desse
Teu mundo obscuro, eu estarei em lugares que
Poderei realmente dizer que pertencem ao teu
Mundo mais flamejante, jubiloso e que vivem
Dentro de ti sempre a iluminar tuas camadas
Psíquicas de milênios envoltas como moradas!