Dentro de ti(Poema 30)

Não estou dentro de ti nas cidades maravilhosas

Com mil maravilhas e sonhos mil, não estou dentro de

Ti nos balneários e nos lugares próximos às fontes.

Não estou dentro de ti nas cidades rústicas e calmas,

Nos vilarejos e nas imediações calmas ou violentas,

Não estou em ti nos subterraêneos, nos parques,

Nas moradias futurísticas e nos bairros aristocráticos.

Dentro de tuas cidades múltiplas não se encontra

Minha alma em nenhuma parte, minha voz jamais

Pode acompanhar qualquer construção de suas cidades...

Nas neves fofas minhas marcas não se encontram

Pregadas e nenhum cartaz se vê ao longe com minha

imagem.

Oh, não, se tu soubesses onde estou ficarias assustada,

Onde estou há um completo vácuo, um completo êxtase

Adormecido há milhares de anos... Como uma Bela Adormecida

De milhares de anos eu me encontro nos vácuos preenchidos

De sonhos intensos e duradouros... Eras de milênios

Esquecidos em que minha alma não apenas adormece,

Mas também não sonha com nenhum mundo.

Distâncias sempiternas ecoando nos vales do

Sono e do completo vazio... Almas distantes de

Viveres sonambúlicos engendradas no esquecimento

Gélido de um mundo abandonado...

Nas absconsas imediações de teus cemitérios

Não conhecidos eu moro, sem procurar um

Caminho para longe de toda essa desolação,

Sem a fatídica esperança do dia que serei

Alçado por forças benignas deste mundo...

E quando esta existência findar dentro desse

Teu mundo obscuro, eu estarei em lugares que

Poderei realmente dizer que pertencem ao teu

Mundo mais flamejante, jubiloso e que vivem

Dentro de ti sempre a iluminar tuas camadas

Psíquicas de milênios envoltas como moradas!

Martin Schongauer
Enviado por Martin Schongauer em 18/08/2018
Reeditado em 08/05/2023
Código do texto: T6422406
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