Peregrino
Há uma fina parede
Entre o sonho e a realidade
Um partir
Entre o aqui e o agora
Que me diz sem demora
Vai, deixa o medo
Guardo teu segredo
Antes do teu nadir
Meu coração é um relógio
Que bate atrasado
No fogo cruzado
Em meio ao despertar
Olho em vão por onde andei
E já nem sei
Se as pegadas deixadas
Pertencem aos meus pés
Ou, são marcas sulcadas
Dores que ocultei
Minha tristeza não me acinzenta
Até me esquenta da frialdade
Durmo enquanto esqueço
Do mundo ou de qualquer deidade
Ouço o dedilhar de minhas lembranças
velha criança
valsa me chama
rodopia no salão de meu imaginar