Peregrino

Há uma fina parede

Entre o sonho e a realidade

Um partir

Entre o aqui e o agora

Que me diz sem demora

Vai, deixa o medo

Guardo teu segredo

Antes do teu nadir

Meu coração é um relógio

Que bate atrasado

No fogo cruzado

Em meio ao despertar

Olho em vão por onde andei

E já nem sei

Se as pegadas deixadas

Pertencem aos meus pés

Ou, são marcas sulcadas

Dores que ocultei

Minha tristeza não me acinzenta

Até me esquenta da frialdade

Durmo enquanto esqueço

Do mundo ou de qualquer deidade

Ouço o dedilhar de minhas lembranças

velha criança

valsa me chama

rodopia no salão de meu imaginar

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 06/09/2007
Código do texto: T641965