IDÍLIO
Bebericando um Porto marcante
Observando teu lábio frugal
Teu olhar me pega em flagrante
Teu riso retribui sensual
E vamos proseando macio
Entre as taças de vinho
Trocando olhar de amavio
Palavras de encanto e carinho
De um jeito tão natural
Falando de coisas diversas
Um toque na mão casual
Vontades um tanto imersas
Na fina sintonia entre a gente
Ficamos noite adentro e afora
Num idílio quase inocente
Até nos surpreender a aurora
Mistura lúbrica da gente
Gemidos noturnos reverberando
Canção de um saxofone caliente
Poetas inebriados se amando
A entrega de início ainda receosa
O olhar do amante que envolve
A voz cicia quente e cariciosa
Unguento que à mágoa dissolve
A alma receptiva se torna aos poucos
Nas carícias ternas do Poeta
A Poetisa em queixumes roucos
O olhar brilhando já faz festa
Finalmente ela se entrega confiante
E imerge nas ondas do desejo
Inebriada se entrega ao amante
Que retribui num sugado beijo
E o céu deles se avizinha
O luar adentra majestoso
As estrelas tudo advinha
Amantes num amor tão gostoso.