QUÍMICA DA MORTE
Meus cinco sentidos vivem deveras acesos
Em meu esqueleto de chumbo na sepultura,
Na escuridão desse ambiente se configura
Uma Lua que não brilha, pois o Sol é obeso.
Nos riachos, oceanos, em todos os morros
Tudo o que estava perto agora está distante,
Até o infinito beijo do cosmos astros amantes
E me vejo translúcido até quando estou morto.
Minha carne apodrece, estou em tenaz delírio,
Agora estou inorgânico e meu aroma de lírio
Transforma-se no túmulo tal qual doce amargo...
Não vejo luz nem sombras, há um oásis deserto
Que são as lágrimas dos corvos que vivem decerto
Nas catacumbas que se obrigam a reter os fardos!
DE Ivan de Oliveira Melo