QUÍMICA DA MORTE

Meus cinco sentidos vivem deveras acesos

Em meu esqueleto de chumbo na sepultura,

Na escuridão desse ambiente se configura

Uma Lua que não brilha, pois o Sol é obeso.

Nos riachos, oceanos, em todos os morros

Tudo o que estava perto agora está distante,

Até o infinito beijo do cosmos astros amantes

E me vejo translúcido até quando estou morto.

Minha carne apodrece, estou em tenaz delírio,

Agora estou inorgânico e meu aroma de lírio

Transforma-se no túmulo tal qual doce amargo...

Não vejo luz nem sombras, há um oásis deserto

Que são as lágrimas dos corvos que vivem decerto

Nas catacumbas que se obrigam a reter os fardos!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 15/07/2018
Código do texto: T6390971
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