Quimera
Hei de acordar um dia
em plaga prosperada!
Leiva própria de meu ser,
será outra!
Uma sem chaga purulenta
da pequenez humana.
Sem ode ao fardo do ego.
Uma onde não baste
a miséria do feito,
senão que ele seja só o pontapé.
Um dia, caro Cleiton,
hei de acordar para o mundo
mais nu e mais cru que a visão projeta.
Não bastará essa reflexo embaçado no espelho.
E por não bastar,
far-se-á estilhaço a figura em caco.
Crescerei para criança,
estágio mais puro!
Juntarei teus mísseis
para construir montanhas.
Subirei!
E verei por completo
o front das batalhas internas.
Nesse ínterim de busca,
Rimbaud mandou um recado -
Escrevamos! Não amaldiçoemos a vida.