OUTRO DIA

Desejou com profundeza,
Compor uma poesia,
Emoldurada pela tristeza,
Daquelas derramadas,
Por Florbela.
Bem que tentou,
Ser uma fingidora,
Uma criadora
De misantropia,
Rascunhou, rasurou,
Rasgou papeis e nada.
A poesia não emanou,
Da sua alma enluarada.
Desistiu, ficou na janela,
Vendo a lua desfilar,
Seduzir o mar,
Com sua nudez dourada.
...
Também, que estranheza,
A minha, pensou...
Entristecer a inspiração,
Ante a tela que diviso,
Cheia de sonhos, dinamismo.
Outro dia eu “Florbelizo”,
Hoje não,
...Hoje eu sou contemplação.