O Aqui Que Não Congela
Olhos vidrados no vidro da paisagem
Preferem não ter acesso ao outro lado
Ocupados demais nos atalhos do presente
Como presentes em aberto sempre
Retinas domésticas não se quebram facilmente
É contra a ética
Querer a frágil divisão- antiesteta
Nem ordinal nem cardinal
Entre o visível e o real
Olhos vidrados não partem
O vidro para os porquês
Tão físico quanto as moléculas
De um coração michê
A última barreira à célula
Do saudoso impossível
Na candeia do “o que é?”
Disparo chamejante de fé.