Pessoas insistem em morrer 
enquanto que outros espíritos são eternos
Vivem impregnando tudo.
Contaminando de ideias, valores e emoções.

Os cemitérios abrigam lápides, nomes e saudades.
As lápides visíveis e outras um tanto apagadas.
Nomes alguns inesquecíveis e outros um tanto esquecidos.
Mas, as saudades trafegam sôfregas por todo campo santo.

Suspiramos.
Choramos.
Colocamos flores.

Todos os dias a finitude nos castra.
Ontem podíamos mais. Hoje nem tanto.
E, amanhã, quem saberá o quanto?

Nascemos, crescemos.
Alguns evoluem.
Outros prostram-se diante os dias.
E, o tempo impiedoso envelhece a todos.
Não igualmente.
Não há nada igual.

As diferenças nos unem e complementam.
As igualdades geram ficções absurdas.
Presunções imaginárias.
E, prosseguimos pelo caminho desigual,
com passos diferentes e, diferentes ânimos.

Afinal, até quando?
Meu relógio biológico desligando.
Minha bateria interna descarregando.
E, um alarme interno tocando.
É a hora de partir.

Não há tempo para despedidas.
Não há tempo para mensagens
Truncadas ou esclarecidas.

Todas as poesias são sepulcros
da semântica romântica.
Da esperança que padece.

 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/06/2018
Código do texto: T6370866
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.