A NOITE QUE HÁ NA NOITE
Era onde havia enigmas dispersos dentro da escuridão
magos e reis usavam palavras
dominavam as massas além do capital
tudo simples produto
matéria bruta do dinheiro e riqueza
lá onde rebeldes se amontoam por todos os cantos
condenados aos buracos negros
na deep web como espaço sideral
os escravos ficam presos pelas mentes à rede social
lá onde Lincoln ficava lado a lado com Zumbi
os mortos se libertavam ao ganhar vida
mas os poderosos tanto temiam por vingança
massacres aconteciam em teatros e picadeiros
nem é bom falar demais
há olhos famintos a espreitar na esquina
tanta vigilância
mas os criminosos voam com rédeas soltas
assim vamos nos empilhando
sob o comando de tantos desconhecidos
neste momento a juventude
se perde por tantos cantos meio sem nenhuma canção
a inocência cede lugar pelas ruas
homens famintos convergem em animais
mulheres se vendem pelo pão do dia a dia
o vento cruza a madrugada atrás de uma resposta
no entanto não se acendeu vela sob os neons acesos
pois ainda assim
a noite que há na noite sempre esconde seu mistério