EM MINHAS VEIAS
Eu cantava canções de amor dentro da escuridão
vendo armas e dor sendo empunhadas
um rio de lágrimas aos pés sob o céu
pois os cabelos das virgens eram queimados
em troca de sorrisos do senhor da terra
estupradores tomaram o poder nas mãos
enquanto os palhaços choravam em abandono
os quadros eram destruídos por bengala
por todo lado se afogava num chão líquido
em um mundo
em que a violência inseminava o solo
era tudo
vida ou morte por ganância ou inveja
e a gente
não mais via o abraço do sol e a lua
porque agora
era o tudo ou o nada pela rede social
assim caminhamos como tolos pela estrada
uma hora sendo onda e partícula
sendo apenas maus elementos na sociedade
eu guerreava em hostes de bandos na selva
velejava por ondas cósmicas no éter
eu penetrei a matéria e a energia
porém sem nunca conseguir respostas
o cosmos por testemunha
rebanhos de ovelhas mudas atrás do lobo
enquanto a justiça cega mantém silêncio