EM MINHAS VEIAS

Eu cantava canções de amor dentro da escuridão

vendo armas e dor sendo empunhadas

um rio de lágrimas aos pés sob o céu

pois os cabelos das virgens eram queimados

em troca de sorrisos do senhor da terra

estupradores tomaram o poder nas mãos

enquanto os palhaços choravam em abandono

os quadros eram destruídos por bengala

por todo lado se afogava num chão líquido

em um mundo

em que a violência inseminava o solo

era tudo

vida ou morte por ganância ou inveja

e a gente

não mais via o abraço do sol e a lua

porque agora

era o tudo ou o nada pela rede social

assim caminhamos como tolos pela estrada

uma hora sendo onda e partícula

sendo apenas maus elementos na sociedade

eu guerreava em hostes de bandos na selva

velejava por ondas cósmicas no éter

eu penetrei a matéria e a energia

porém sem nunca conseguir respostas

o cosmos por testemunha

rebanhos de ovelhas mudas atrás do lobo

enquanto a justiça cega mantém silêncio

Ronaldo Thomé
Enviado por Ronaldo Thomé em 16/06/2018
Código do texto: T6366065
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