GOTAS DE INFINITOS

Tenho sede de infinitos,
bebo gotas do amanhã.
No peito amordaço gritos:
o medo, a ira, o afã.

Nas frias horas da noite
desperto na escuridão
p'ra deter o intenso açoite
que estagna meu coração.

O tempo vai-se, ligeiro.
Escapam dias entre os dedos.
O futuro? Foi-se inteiro.
O "agora" perdeu os segredos.

Evito essa insana lida,
quero é prosseguir ao léu,
estando inteira ou ferida,
de alma leve, olhos no céu.

(Andra Valladares)

Iniciado em Jan/2004
finalizado em 04/06/2018
AndraValladares
Enviado por AndraValladares em 04/06/2018
Reeditado em 09/06/2018
Código do texto: T6355073
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