Noturno de Junho

Mãos estendidas...

um dia quis receber espinhos.

Não optei pelas rosas.

O desgaste agora é imenso.

Esse último caminho.

As pedras que recebo são gigantescas.

Os caminhos se tornam estreitos

e meus pés incham a cada passo.

Aqui ou em outro lugar, tanto faz.

Nessa estrada, sonolenta, me desfaço.

Não sei onde estás, se me ouves.

Porque me chegou sempre tão rápido,

uma pequena alegria,

apenas cometa no céu.

Uma noite de estrelas...

convidada do adeus.

Tão depressa tudo se vai.

As rosas não exalam mais.

Onde meus rostos todos estarão?

Nos bosques podaram a fada do coração.

Ensino-me o silêncio, para que eu perpetue.

Apenas a essência de ser - dizer alô ou adeus.

Nada da terra agora me ilude.

Dos céus - aceitar o plano de Deus.